20 de agosto de 2010

Na Beirada

Tem semana que são difíceis, mas esta foi particularmente espinhosa. Matar um leão por dia é algo a que se acostuma no meu trabalho, mas às vezes é cansativo e não dá pra deixar de pensar se o esforço vale a pena. Se for pelo lado da evolução profissional, das habilidades desenvolvidas, e até mesmo da escalada de postos e da remuneração hoje à altura do trabalho empreendido, vale sim, claro. Mas... para quê? Com que objetivo? Alimentar um consumismo tão sem sentido quanto qualquer outra válvula de escape que se encontra pra afastar o desespero? E ainda assim, algumas pessoas ficam se apegando a detalhes tão bestas, tão mesquinhos... Só pode ser pra manter o tédio em xeque.

Ando meio de mal com a raça humana. Nunca fui de sutilezas, subterfúgios ou joguinhos. Nunca gostei de tons de cinza. Porque as pessoas não podem ser diretas? Ou você gosta de alguém, e quer essa pessoa por perto, parte de sua vida, ou não se gosta de alguém, e não se quer essa pessoa como parte de nada. Simples, rápido e indolor. Bom, talvez não indolor, mas pelo menos mais honesto, mais possível de se enfrentar e superar as coisas ruins e valorizar as boas.

Que raio de convenção ou trava ou adestramento diz que não podemos ser sinceros com nossos sentimentos e nas relações pessoais? Em nome somente do ego mantemos as pessoas por perto, para alimentar a vaidade de nos sentirmos desejados, e necessários? Isso me consome demais, e cada vez mais. Uma equação que eu não consigo resolver, por mais que gaste neurônios pensando nisso. E também não consigo desligar essa corrente de pensamento. Como faz?

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