25 de março de 2011

Reminiscências

Para terminar a semana, que pareceu ter 50 dias condensados em 5, fui me encontrar num barzinho com uma amiga, que trabalhou comigo na minha primeira assessoria de imprensa, e que eu não via há séculos. Mais uma vez, tive que lutar contra o primeiro impulso, de fugir, inventar uma desculpa, qualquer coisa que não me obrigasse a encarar. Mas acabei indo. Foi bom relembrar e comparar as coisas, o que aconteceu na vida de cada um nesses quase 5 anos, mas, como quando encontrei outra colega desse tempo, chega uma hora em que as reminiscências acabam, e você percebe que, hoje em dia, tem muito pouco ou quase nada em comum com aquela pessoa. Não dá mais pra dizer que são amigos, apenas conhecidos que, por um tempo, trabalharam juntos. Isso não é motivo para drama, apenas é. E bola pra frente, até poder repetir a próxima, certo? Certo?

24 de março de 2011

Karma Chameleon

É muito difícil encarar uma tarefa que não se quer realizar, que não dá pra transferir, que não dá pra adiar. A gente se sente meio que bicho acuado, e comigo não é diferente. Não é de hoje que eu reclamo do barulho dos vizinhos, e em terapia pude identificar que uma das coisas que me incomoda na real é o fato de eles agirem como se o mundo ao redor não tivesse importância - o universo deles acaba nos muros que separam a casa deles das outras, e o resto que se dane. Ou, pelo menos, tem sido assim nos últimos quatro anos.

Uma das surpresas quando eu voltei de viagem na semana passada foi a de que o quarto ocupado pela pior dessas vizinhas (acho que era alugado) estava vazio. Como minha irmã não prestou atenção, não sei ao certo se ela se foi de vez - rezo para que sim, para que ela tenha encontrado um lugar bem melhor e não volte para essa região da cidade nunca mais! Nunca mais ter de ouvir essas músicas horrorosas que ela colocava nos piores horários já será, de fato, um ganho enorme.

O problema é que ela já me deixou traumatizado, e a dona da casa onde ela mora pode inventar de colocar alguém ainda pior no lugar. Pra completar, desde o início do mês ela iniciou a construção de um outro patamar na casa, e os pedreiros chegam pontualmente às 7hs todo. santo. dia. Bem no horário em que estou levantando.

Enfim, para resumir, enquanto estava viajando vi uma matéria sobre a possibilidade de se denunciar obras ilegais para a prefeitura - já que toda reforma ou construção precisa de um alvará de autorização, emitido a partir do projeto de um engenheiro ou arquiteto. Minha dúvida, até semana passada, era se eu devia de fato denunciar essa obra. Claro que a vingança, o troco de poder mostrar a eles que as coisas têm consequências nessa vida, é o que mais me motivava, mas ao mesmo tempo tinha o receio de alguém descobrir que fui eu e retaliar - não só em mim, como em minha mãe ou minha irmã, que moram comigo. Quase desisti - como ocorre com quase tudo em minha vida, aliás.

Até que, nesta quinta-feira, decidi que ia até o fim. Fui até a subprefeitura e denunciei. Não conseguiria ficar em paz sabendo que poderia ter feito algo para impedir algum acidente, ou até para ir à forra mesmo, olhando pelo lado menos nobre da questão. Foi uma vitória pesssoal, fazer isso sem falar para ninguém, sem pedir opinião de ninguém, sem ouvir conselhos ou envolver ninguém na história. Agora me resta esperar, mas posso dizer que fiz minha parte. Agora, cabe a Deus, ou destino, ou qualquer coisa que esteja aí maior e em nossa volta, decidir qual será o próximo lance nessa história.

23 de março de 2011

Faroeste Caboclo

Daí que eu fui pra Brasília novamente nesta quarta-feira, a trabalho. No começo não fiquei contente, mas eu nunca fico contente de cara com qualquer coisa que aconteça pra mudar minha rotina. Some-se a isso o eterno medo de tudo que pode dar errado e de ter de resolver as coisas por mim mesmo e me expor, e fica impossível relaxar. Mas, desde logo cedo, tudo deu certo. Meu chefe deu boas dicas e orientações, cheguei no aeroporto e o vôo de ida foi tranquilo, e dali pra frente as coisas se encaixaram. Apesar do clima bem mais agradável do que a última vez que estive na cidade (há exatos dois anos - dá pra ver a postagem correspondente no blog, rs...), a agenda estave muito apertada. Durante o dia inteiro, fiquei só com um misto-quente e uma coca-cola.

Acabei participando, a pedido do meu cliente, da reunião no gabinete do Ministro. Parecia coisa de filme de máfia. Os capos todos alinhados em torno do ministro, mais ou menos de acordo com a ordem de importância, e os consiglieri todos em cadeiras atrás dos seus respectivos assessorados. Tudo bem que a única vez em que me inclinei pra falar com meu cliente foi pra perguntar se eu podia descer que o importante da reunião tinha passado. Mas, no geral, deu tudo certo, e todos ficaram bastante satisfeito - meu cliente, os jornalista e, por extensão, eu mesmo.

Só pra encerrar, o prosaico das coisas: não consigo tirar aquela sensação de que um avião é um meio meio antinatural de transporte, né? Aquela coisa enorme, pesadona, voando pelos ares com um monte de gente dentro, encapsulados e dependendo de um cara só? Muita responsa ser piloto, viu? Eu não conseguiria. Mas nada como ver as luzes de São Paulo na hora da chegada. Lindo, lindo!

A outra coisa é o espírito de proletariado que não me larga: não consigo me imaginar pegando um táxi lá do aeroporto de Congonhas até o lugar onde eu moro e depois pedir reembolso de uma corrida que, fácil, ultrapassa os R$ 100. Peguei um ônibus até o metrô e vim normalmente, como voltando de um dia de trabalho. Don't call my name, don't call my name, Caxias!

22 de março de 2011

Divagações

Hoje o dia foi puxado, tenso, divertido, desafiador, tudo junto ao mesmo tempo agora. Fui à terapia e, apesar de falar pouco sobre o que passou, sobre minha viagem de férias e os dias que passei afastado, deu pra falar bastante sobre o que me espera, sobre o que eu sonho de verdade, e sobre esse medo de enfrentar as coisas e assumir a responsabilidade pelos meus atos. Acabou que no fim do dia fui remetido a essa grande questão, quando um dos meus clientes solicitou que eu fosse a Brasília, como aconteceu há dois anos, para aproximá-lo junto aos jornalistas de lá. Tudo bem que eu mesmo não tenho nenhuma penetração com os jornalistas de lá, mas pelo menos dá pra fazer uma média. Espero que corra tudo bem, mesmo. Gosto desse cliente, com quem já estou há mais de 3 anos, e acho que fiz um bom trabalho nesse meio tempo. Espero continuar por, no mínimo, mais 3 anos, e continuar evoluindo no meu trabalho.

Na volta, de metrô, encontrei um cara tão lindo. Geralmente encontro esses amores possíveis no metrô ou em um onibus, e fico divagando como seria bom se... Carência tem batido forte nos últimos tempos, principalmente quando penso que sempre negligenciei esse aspecto da minha vida, que sempre foi tão difícil de enfrentar. Preciso refletir mais sobre isso...

21 de março de 2011

Retomada

O tema para esta semana só pode ser esse, retomar. Retomar o trabalho após as primeiras férias dignas desse nome que eu tive, retomar hábitos que eu estava deixando meio de lado nos últimos tempos, em busca de uma vida mais saudável, retomrar (ou tomar mesmo, nesse caso) atitudes mais maduras em relação a minha vida. Enfim, retomar as rédeas da minha vida. Será que eu consigo? Vai exigir muito reforço positivo e persistência, mas agora vai!