31 de julho de 2010

Avalia-te a ti mesmo

Neste sábado não estava a fim de fazer nada muito glamuroso, e já estava combinando com a Camila de nos encontrarmos apenas pra colocar a conversa em dia. E não dá muito pra fazer isso em barzinho, e nem é recomendado ficar dissecando e analisando demais as coisas, sem agir a respeito. Mas é muito bom poder colocar as coisas em perspectiva, e com a minha terapeuta de férias, tenho precisado dessa ajudinha extra dos amigos.

O bom, como eu falei para ela, foi constatar, entre tantos encontros, reencontros e desencontros que aconteceram em julho, eu evolui muito. Não sou o mesmo Fernando de 1 ano atrás, nem de 3 anos, nem de 6 anos atrás. Não só nos detalhes, claro, nas pequenas atitudes, mas aconteceu tanta coisa grande, que eu não imaginava na época. Acho que todo mundo pode dizer isso, não é? Mas será que todo mundo reconhece? Para pra pensar a respeito? O que falta muito hoje em dia são essas pausas para reflexão. Ficar apenas vivendo o momento pode ser... fácil, cômodo, mas uma hora vai bater a grande dúvida: e agora? O que fazer em seguida, pra onde eu quero ir? Eu sei pra onde quero ir daqui. Ou, pelo menos, pra onde não quero voltar, hahahaha...

30 de julho de 2010

Fazendo a Social

Pra não fugir da tônica de reencontros do mês, nesta sexta-feira fui ao aniversário de uma colega de faculdade, com um pessoal que não via desde a formatura (no mínimo), há 6 anos. Não foi nada pretensioso, apenas uma reunião de algumas pessoas em um barzinho do Brooklin (e não Brooklyn, como eu digitei - embora ache absurdo, já que é pra aportuguesar, que seja Bruclin, não?). Enfim, o barzinho se chama Veríssimo, e é recomendado pra happy hour mesmo, eu não imaginava que a coisa andava tão movimentada na Berrini.

Foi uma boa conhecer lugar novo e algumas pessoas novas, coisa que eu me cobro, de certa maneira. Afinal, se eu estava falando que na minha cabeça sexta-feira sem happy hour não vale a pena, então não posso me negar quando surge uma oportunidade. Depois não adianta reclamar. Não sei dizer se foi legal rever todo mundo que encontrei, mesmo porque foi muito corrido, apenas duas horas depois precisei ir embora. Na verdade, fiquei com a impressão de que o papo era o mesmo da época da facul. Meio que voltei praquela época, sabe? Festa estranha com gente esquisita, talvez. Vou ter que ver se remarco pra saber qual é a real.

Interessante, algo que gosto mesmo, é de voltar à noite pra casa observando e registrando as pessoas que também estão voltando, se tem uma hora em que eu sinto que estou na carreira certa, é nessa. Muita coisa inusitada que dá pra perceber nessas multidões. 

26 de julho de 2010

Soulmates

Coisa boa é perceber que você pode ser surpreendido nos momentos mais improváveis, mesmo por alguém que conheça há (muitos) anos. Hoje tive um momento assim com a Camila, que me disse uma coisa muito bonita pelo MSN, e por mais banal que isso possa parecer, foi algo que alegrou muito o meu dia. E olha que esse mesmo programinha já foi motivos de briga, inclusive com a própria Camila.

Não creio que eu tenha escrito aqui a respeito dessa amizade, o meu relacionamento mais duradouro fora da família, então vou corrigir essa injustiça aqui. Em 2011 vai fazer 15 anos que nos conhecemos, lá nos idos de 1996, no primeiro ano de colegial. Uma coisa que eu nunca comentei com ela, mas que guardo até hoje, foi a primeira coisa que ela me disse. E não foi exatamente uma coisa agradável, diga-se de passagem.

Cena. Uma escola técnica localizada no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, pouco antes das 7hs. Eu cheguei antes na aula, primeiro ano, primeiro mês de aula, um ano adiantado por ter pulado da pré-escola diretamente para o primário. Longa história. Enfim, estou observando da janela a entrada dos alunos, apenas vendo as pessoas passarem, coisa que eu faço muito ainda hoje. Não ouvi ninguém entrar, mas chega por trás essa menina de voz fina, de criança, mas comportamento e aparência diversos da voz, e me pergunta: "Tá procurando seu macho?". Eu me viro, olho pra cara dela com um olhar gélido, viro as costas e me sento em silêncio na minha carteira. Fim.

Não parece uma história muito auspiciosa, não é? Mas entendam que éramos adolescentes, eu ainda nem sonhava em me assumir, e adolescente faz qualquer coisa para se encaixar no grupo. Fato é que, menos de duas semanas depois, éramos uma turminha consolidada, eu, ela, o Daniel, e o Fábio. E pra não ficar só nessa lembrança meio torta, também lembro a primeira vez que me uni a eles, nessa mesma sala que descrevi antes, quando em uma aula vaga o Daniel e a Camila estavam jogando frisbee com uma tampa de lata de lixo. É, eu sei, glamour passou longe.

Só sei que isso ilustra bem nossa amizade, e o companheirismo que nos uniu nesse tempo todo. Foram muitas brigas, alguns anos sem nos falarmos, mas sempre na mente um do outro. Mas aprendemos que a dinâmica entre duas pessoas pode (e deve!) mudar, mas as personalidades e as afinidades e as emoções permanecem, inalteradas.

Coincidências durante esse tempo? Muitas. Algumas posso citar rapidamente: resolvemos fazer cursinho na Poli no mesmo ano, apesar de eu já ter entrado na faculdade de Arquitetura e depois desistido pra fazer jornalismo no ano seguinte. O fato de a Cíntia, outra amiga de longa data, ter ido trabalhar na mesma empresa que a Camila depois de tantos anos. Ou que agora, junto com elas, meus melhores amigos se chamam justamente Fábio e Daniel, embora de personalidades completamente diferentes dos primeiros exemplares (e bem melhores, fato).

Sei que esse texto pode pecar por falta de coerência, mas emoção não falta. Aprendi muito com a Camila nesses tempos, e continuo aprendendo. Posso dizer sem sombra de dúvida que nossa amizade me tornou uma pessoa melhor, mais tolerante, mais compreensiva, comigo mesmo e com os outros. Espero poder ter contribuído um pouquinho pra que ela tenha se tornado essa pessoa maravilhosa que é hoje.

Cá, tamo junto!

25 de julho de 2010

Preview

Lembrete para mim mesmo: não postar com muita frequência à noite, tenho a tendência de ficar melancólico, e o texto sai com uma carga enorme de autopiedade. Devido à falta de acontecimentos do fim de semana, já que por conta do motivo do post anterior eu resolvi não botar a cara pra fora de casa, vou tentar fazer diferente e escrever sobre o que eu espero da semana. Deus sabe que de expectativas eu entendo.

Meu chefe me pediu (leia-se mandou) que eu entrasse mais cedo na segunda e na sexta-feira, por conta das férias de uma colega que eu meio que estou cobrindo. Por um lado acho legal, claro, tenho uma dose de Caxias que sempre fala alto e interpreto isso como confiança, elogio.  Agora o lado não-tão-Poliana já percebeu que estou mais uma vez envolvido praticamente com todos os clientes do escritório, e isso nem sempre é bom. Mas, como já estou escolado, já andei manifestando meu leve incômodo com isso. Claro que torcendo pela empresa, e todo o blá-blá-blá obrigatório, mas reforçando que não quero ser burro de carga. E outra, dá pra entrar mais cedo amanhã na segunda na boa, mesmo porque ele só fica na cidade até quarta-feira. Na sexta dá pra entrar no horário normal tranquilamente.

Isso vai atrapalhar um pouquinho meus planos de retomar a academia, mas nada preocupante. Parei desde o começo do mês mesmo, tinha dado uma desanimada por conta de um revés no meu objetivo de GANHAR peso, já que por conta dos resfriados que me pegaram tinha perdido 2kg. Agora voltou ao normal só com a dieta balanceada, dá pra voltar à atividade. Nem tanto pra ficar com um corpo sarado, não sei se é isso que eu quero (embora adorasse isso viesse a acontecer, claro), mas da atividade física diária mesmo, acho que já tinha atingido a fase de liberação de endorfinas. Quero ver se agora retomo a natação também, pelo que me lembro era uma das poucas fontes fieis de alegria do início de adolescência.

Na parte social eu tenho um convite de aniversário que veio em ótima hora, e vai ser bom, na tônica de reencontros deste mês, rever o pessoal da faculdade. Um happy hour despretensioso (pelo menos como informado pela própria aniversariante) é o que eu mais gosto em uma sexta-feira. Fora que tem uma pulguinha atrás da orelha, um comichão de aprontar algo no campo afetivo, mas vou amadurecer a ideia, perceber as coisas nesse início de semana antes de bater o martelo. Pelo menos enquanto eu me concentro nisso, vou administrando os outros percalços da vida com uma destreza inabalável.

24 de julho de 2010

4 anos depois.

Hoje faz 4 anos que o meu pai morreu. É difícil escrever essa frase, não gosto muito de falar nem de escrever sobre isso, nem com meus amigos, nem com a terapeuta, nem aqui em casa a gente fala diretamente no assunto. É compreensível, de certa maneira. Se eu já tenho um problema em lembrar demais das coisas ruins do passado, da infância e adolescência, que dirar de um acontecimento tão devastador quanto esse, tão recente. Às vezes estou andando pela rua, pensando em outra coisa, planejando o dia, ou repassando o dia, e bam!, lá estão as memórias de novo. Foi uma noite de pesadelo.

Hoje em dia ficou mais fácil lidar com isso, enfrentar a culpa que eu sinto (não sei se justificada ou não) por não ter feito nada que pudesse ter impedido. E, com esse problema de controlar a imaginação que eu tenho, também me pego perdido no mundo do "E Se..." muitas vezes. Mudou coisa demais... É duro de enfrentar. E a culpa (sempre ela!) também existe por reconhecer que melhoramos, aqui em casa, em certos aspectos. Sobreviver a essa avalanche nos tornou mais capazes, mais sensatos, menos perdulários, melhores na convivência. Claro, brigas sempre existirão, mas o conhecimento de que nada, nada dura para sempre é grande demais pra ignorar. Isso deixa as situações e os problemas menores em comparação.

Parece que tudo que eu almejo, tudo que eu faço, tudo de que eu me lembro e o que sinto vai estar sempre dividido, gostaria muito de que não fosse assim. Mas não é. Então tudo que eu posso esperar é que eu um dia possa conviver com isso em paz. Será que é manter as expectativas em alta demais? Estarei eu condenado a essa eterna frustração?

23 de julho de 2010

Elucubrações

Como disse nos dias anteriores, tenho pensado muito em padrões, em tipos de comportamento em que caímos. Em como isso não é necessariamente ruim, mas pode se transformar em muletas, em mecanismos de defesa que fazem (quase sempre) mais mal do que bem. Aproveitei o momento de calmaria social para reler o arquivo deste blog, coisa que não fazia há tempos, e alguns desses padrões ficaram mais claros.

Lembro de uma ocasião, lá atrás na faculdade, a Cris me falou que eu precisava aprender a não ser tão suscetível. Isso não justifica e nem desculpa os defeitos de conduta dela, o modo como me tratou e como nossa amizade acabou, mas eu fico ponderando se ela não teve um instante de inspiração quando disse isso. Nos últimos tempos da terapia, também uma questão recorrente: meu receio de 'crescer', de enfrentar as agruras da chamada 'vida adulta'. Não em relação ao profissional, mas no emocional mesmo. Acho que concordo, mas é tão complicado, enfrentar essas situações.

Um dos mitos que eu criei e passei a acreditar (e é tão duro des-acreditar) é que tudo precisa ser grandioso. Gestos grandiosos, acontecimentos grandiosos, romance de novela, sabe? E a vida não é uma novela. Nunca foi. Mas se não é, de que vale? Por que aceitar o medíocre, o mundano? É essa questão que eu não consigo resolver. Porque se não é pra ser perfeito, se não é pra buscar o melhor, não há razão pra sequer começar. Ou há?

22 de julho de 2010

Juntando os pedaços

Padrões, por definição, se repetem, e padrões de comportamento costumam ser mais repetitivos ainda, se é que isso é possível. Todos temos vários, e eu estou cheio deles. Se tem um tema para este ano que eu percebo, é autoconhecimento - ter a consciência desses padrões. Ainda não sei o que fazer com essas informações, é claro, mas é sempre importante caminhar com passos pequenos, creio eu.

E olha que os padrões podem ser positivos. Um exemplo que eu posso dar é a minha capacidade de superar os períodos de depressão (os famosos baixos, da dupla Altos & Baixos) de maneira incrivelmente rápida. Às vezes penso que existe algo chamado metabolismo emocional, que é bem parecido com o metabolismo físico. Essa capacidade de me apaixonar, imaginar uma vida em comum em minutos, vivenciar essa torrente de emoções, depois deixar o balde de água fria vir, arrefecer tudo, e depois um breve período de luto por aquilo que poderia ter sido... e pronto.

Quer dizer, pronto em termos. Estou tentando processar exatamente o que foi tudo isso, se eu deixei de demonstrar meu interesse ou se simplesmente não fui correspondido, e é algo difícil de se perguntar pra outra pessoa: "Oi, então, sei que não rola nada, mas você poderia me dizer por que motivo?" Soaria esquisito e desesperado, pra dizer o mínimo.

Só sei que tem sido... agridoce ver ele online todo dia, acompanhar as atualizações de tweets e fotos, e ter ficado mais uma vez na praia das possibilidades. Maybe next time.

21 de julho de 2010

Attitude


McFly, banda inglesa, na capa do próximo mês da revista Attitude. Como disseram por aí na Internet, cada país tem os emos que merece. ;-)

20 de julho de 2010

Investigação à Brasileira

Terminei de ler esses dias Os Viúvis, de Mário Prata. Foi emprestado de um colega do trabalho, e geralmente eu não tenho muito ânimo de ler livros emprestados, devo confessar. Talvez seja algum resquício de ter de ler obras compulsórias durante o ginásio e colegial. Aliás, o "ter de" é uma certa dificuldade para eu enfrentar em todas as esferas, essa não é exceção. Porém, foi uma ótima surpresa esse empréstimo e recomendação, gostei bastante do texto do Mário Prata. Já sou fã de literatura policial, e a injeção de humor que o autor proporcionou foi excelente, a começar pela dedicatória: "Para Digma, modelo". Genial. O ritmo, a ambientação em Florianópolis, os personagens que não são unidimensionais, e as surpresas do enredo amarram uma ótima leitura.

Vale ainda citar o texto da orelha, que fala que um dos trunfos de um livro é a arte de dar nome às personagens. Esse é um ponto para o qual eu ainda não tinha atentado, e é uma grande verdade. Principalmente na literatura brasileira, eu tenho esse problema, acho a sonoridade dos nomes estrangeiros tão mais rica, que torna um prazer ainda maior a leitura. Felizmente esse também vai na contramão da maioria, e os personagens vestem seu nome com toda a naturalidade. Ah, sim, tem ainda a citação de Bertold Brecht, que aparece algumas vezes no texto, e dá uma amostra do que é o livro:

"O que é roubar um banco, comparado a fundar um banco?"

18 de julho de 2010

Interrogações

Eu só queria saber o porque, acho que tornaria tudo tão mais fácil. De onde vem essa necessidade de que tudo deve ser grandioso? Não posso me contentar com o simples? Não posso ser feliz com o que tenho? Valorizar o que já conquistei? Por que esse vazio? O que eu espero andando pela casa como um espírito, sem saber pra onde correr, o que fazer? Sem ânimo pras atividades cotidianas, mas sem coragem pra sair e inventar algo novo. Por quê?

16 de julho de 2010

Frustração

Sexta-feira é o pior dia da semana pra mim, cheguei a essa conclusão. Enfiei na cabeça que é o dia obrigatório de diversão, de sair pra ver a noite, conhecer pessoas, enfim, aquela vida de comercial de refrigerante, que sempre me afogo em frustração. Aliás, eu já disse que, apesar de não entender o horóscopo do Quiroga metade do tempo, ele às vezes acerta com uma precisão fabulosa. Hoje, por exemplo, diz:

Frustrar-se faz parte do caminho, inclusive porque sua alma ainda não sabe desejar direito, provocando essa frustração a si mesma. Quando você souber dominar seus desejos e pensar nas consequências, a frustração será impossível.

OK, o sentimento é esse mesmo, mas como assim, souber dominar meus desejos e pensar nas consequências? Realmente, nunca soube o que é moderação, o que é paciência. Fui mimado pela minha família, e isso se transformou em uma característica bem complicada de administrar hoje em dia, uma intolerância com o mundo real não corresponder aos meus... desejos? É, talvez faça algum sentido ir jogando as palavras aqui na tela, pode me levar a lampejos interessantes.

Mas todos os dias somos bombardeados com isso que eu chamo de "ditadura do positivismo". Não é para fazermos a hora, não esperar acontecer, como diz a música? Cavar as oportunidades? Aproveitar as chances? Geralmente é o que eu faço, com unhas e dentes. E depois me frustro, por que a gratificação não é imediata, os resultados não acontecem no meu tempo, e sim no seu próprio. Só sei que no final das contas, eu só quero ser feliz, como todo mundo. Acho que mereço um pouquinho de felicidade, experimentar um pouco essa sensação. Mesmo que não dure, e sei, pelo menos racionalmente, que não é pra durar. Quem sabe assim, eu não poderia pelo menos mudar meu ponto de referência. De "eu nunca" para "eu também uma vez"...

15 de julho de 2010

Sentimentos

Sempre achei Clarice Lispector deprê demais pro meu gosto, mas às vezes ela acerta à queima-roupa. Caso em questão:

Porque eu pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria — e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa.

Sem mais.

14 de julho de 2010

Segundas Chances 2

O outro reencontro foi tecnicamente um encontro, já que foi a primeira conversa mesmo e tempo de convivência com um cara que eu um dia vi pela internet e pensei: ele bem pode ser O Tal.

Durante o tempo em que o contato foi apenas virtual, eu insisti algumas vezes para nos encontrarmos, e ele lançou mão de algumas (muitas, me pareceu na época) desculpas para adiar e adiar e adiar sempre os encontros. Até que, numa reação padrão para mim, resolvi desistir e bloqueá-lo dos lugares onde eu o tinha adicionado e simplesmente seguir com a vida. Hã-rã, porque bem sei como sou bom em deixar as coisas de lado, não é? Fato é que depois disso ele me adicionou no facebook, eu o adicionei no twitter, e a coisa continuou assim, por meses, sempre no reino da fantasia onde eu passo a maior parte do meu tempo livre. Isto é, até eu ter uma febre monstra no trabalho há uns 15 dias.

Num impulso, e lembrando o que tinham me falado sobre o não eu já ter garantido, resolvi retomar o contato diretamente, utilizei um gancho que tinha ficado desde aquela época, e (após um adiamento por motivos que se provaram verdadeiros, thank God), nos encontramos para um happy hour. E foi... foi... não sei definir como foi. Ou melhor, algumas coisas eu consegui comprovar, coisa que eu já sabia desde o ano passado. Que ele é lindo, que é inteligente, que poderíamos ter um bom papo, isso tudo ficou ainda mais evidente. Coloque aí mais alguns adicionais, tipo a voz dele ser hipnotizante, ele ter um sotaque peculiar e... sei lá, uma atitude franca para com a vida e temos um desaste em potencial. Porque eu posso bem me ver apaixonado por esse cara. E não faço a mínima ideia do que ele sentiu por mim, se é que sentiu alguma coisa.

E aqui estou eu, com um imenso ponto de interrogação em minha cabeça. A diferença, no caso, é que estou ciente disso, com poder de identificar quando estou sucumbindo às neuroses ou fantasmas do passado na minha mente. Resta saber pra onde vai a história daqui. Tendo a relutar e manter as expectativas no limite do razoável, mas às vezes é difícil. Acho que mereço viver minha história de amor, e, como bem diss um amigo, o Não eu já tenho. Vamos ver o que rola agora.

13 de julho de 2010

Segundas Chances

Hoje foi um dia bem atípico, e não só pela chuvarada cainda em pleno inverno em São Paulo. Tive aguardados encontro e re-encontro. E os dois motivos de impulso.

Reencontro primeiro. A Carol, eu não via desde 2005, quando ela saiu da empresa em que trabalhamos juntos. Houve um mal entendido horrível por conta da demissão dela e minha permanência no emprego, o caldo entornou e, apesar de uma aproximação gradual desde 2009, só agora aconteceu mesmo essa reunião. E mesmo assim foi num impulso, pois eu cheguei a cogitar a hipótese, ainda mais com o temporal, de simplesmente ir embora mais cedo pro escritório. Mas aí eu pensei: que diabos! Pelo menos se não rolar, se ela não quiser ou não puder ir, não foi uma responsabilidade minha, não foi algo que eu fiz com que não acontecesse. Resultado: comemos no Fifties da Vila Olímpia, demos boas risadas, e em cinco minutos recuperamos o clima de camaradagem que sempre existiu entre nós, como se nunca tivesse existido esse tempo afastado.

O encontro também era aguardado há muito, coisa de mais de um ano, e ao mesmo tempo foi a confirmação de algo que eu imaginava e teve muito de inesperado. Mas ainda vou precisar colocar em ordem na minha cabeça antes de passar para cá.

12 de julho de 2010

O Silêncio como Elogio

Pelo visto vou ter oportunidades diárias de colocar em andamento essas tais novas atitudes mais serenas sobre as quais tenho lido ultimamente. Uma delas envolve a arte de deixar as glórias para os outros, de não precisar dessa validação constante das autoridades - algo que eu tenho necessidade desde a infância. É algo meio difícil para mim, ficar alegre os elogios alheios, ainda mais quando o responsável pelo elogio alheio, em parte, fui eu mesmo.

Hoje no trabalho foi assim, e eu consegui, de maneira meio torta e desconjuntada, mas valeu. Uma parte disso vem de aceitar que eu já provei meu valor, não preciso mais conquistar meu espaço na empresa. Não é um escritório grande, e por isso foi relativamente fácil chegar a uma posição tranquila, de confiança, em que as pessoas buscam minha opinião sobre as coisas. Mas esse deixar de lado, saber delegar, esse é o meu grande desafio do momento. Questão de confiança. Ou ainda, de autoconfiança.

Dá pra notar que os objetivos mudam, quase, numa analogia um pouco pobre, como uma passar de fase num vídeo-game. O fantasma do complexo de inferioridade, de insegurança, de inadequação, ainda ronda, e apesar disso tenho tido sucesso em mantê-lo afastado. Claro, tudo depende do que o amanhã me reserva.

11 de julho de 2010

Da Discussão Nasce a Luz?

Neste domingo eu saí com a Camila para algo que não fazíamos há tempos: simplesmente sentar e conversar. Precisamos disso com uma frequência maior do que reconhecemos, eu acho, e se tem uma coisa que me dá pra prazer é sentar algumas horas com um amigo de verdade e apenas conversar sobre as coisas da vida, mesmo que seja pra analisar, ou pra repetir o mesmo conteúdo de autoconhecimento, é algo que me faz um bem imenso.

E não dá pra não dizer que sempre aparece uma coisa nova, uma descoberta nova sobre mim mesmo que joga uma luz em alguns aspectos obscuros. Teve dois desses pontos desta vez. Um deles é justamente esse, o de que não é todo mundo que tem essa autoconsciência exacerbada, não é todo mundo que para para analisar suas atitudes, rever suas posturas, ponderar os próximos passos. E eu percebi que, se tem alguma coisa comum a todos os meus amigos mais chegados (sim, todos os três, rs...) é isso. E que bom, poder conviver com pessoas que tenham essa afinidade, porque se não fosse o caso, o tédio que me ameaça engolir de vez em quando seria muito maior.

A outra constatação foi a dessa mania de perseguição, essa linha de raciocínio que surge sempre que uma saída ou um programa não ocorre como o planejado. Demorou tanto pra eu aceitar que meus amigos tem vida própria, que não tem nada a ver comigo, e que isso É UMA COISA BOA, mas esse arrazoamento (essa palavra existe?) leva a uma segunda reflexão: porque, então, se as coisas não saem como o planejado, precisa ser por algo que eu tenha feito ou deixado de fazer?

Caso em questão: essa saída com a Camila deveria ter acontecido no sábado, mas por conta dos pais dela, não foi possível. Normal, certo? Errado! Já estava pensando que era por alguma coisa que eu falei, por eu não ter demonstrado que queria muito encontrá-la, enfim. Mil cenas e filmes que tendem a passar pela minha cabeça nessas horas. Felizmente elas se mostraram irreais, mas foi ótima a oportunidade de me abrir com a pessoa diretamente e falar isso, desse fenômeno que toma conta de mim. Pude ver que não estou maluco, que isso faz parte de uma certa lógica (mas acho que toda loucura é lógica - pelo menos do ponto de vista do louco. Medo). Que dá pra mudar esse processo, porque é apenas um processo, e não uma característica. Não sei se faz algum sentido, ainda vou ter de refletir sobre isso, mas posso dizer que é um alento, e isso por si só já é muito bom.

10 de julho de 2010

Celestial

O bom de esporte é que dá pra admirar os corpos dos atletas, é a única coisa que vale para mim. Com a Copa do Mundo não é diferente, e essa esteve bem farta de caras (e peitos, e pernas) de outro mundo. Pra mim, quem marca é o Lugano, que eu acho uma coisa de louco desde que jogava aqui no São Paulo. O Uruguai ainda ficou em quarto, acho que foi uma boa pra eles. Então, fica aqui registrada a homenagem:



8 de julho de 2010

Sem Escolha


Dia desses eu terminei de ler Múltipla Escolha, obra mais recente da Lya Luft. É um livro de ensaios, que não estou muito familiarizado, e propõe discutir os mitos modernos, como a "família feliz" ou a "ditadura do sucesso". Embora essa tenha sido a razão pela qual eu comprei, foi um outro trecho que mais me chamou a atenção, e que permitiu eu identificar o sentimento da autora com uma experiência pela qual eu passei.

Ela fala de uma ocasião em que foi homenageada com uma biblioteca penitenciária em seu nome, e que na visita para a inauguração ficou constrangida, mal mesmo, em ter de discursar para as mulheres que estavam ali.

No meu último ano de faculdade, aceitei o tema proposto por uma colega mais velha, lésbica, mãe de um filho da minha idade e já avó, para o trabalho de conclusão de curso: a Comunicação das Mulheres Internas na Penitenciária Feminina do Carandiru. Fizemos umas três ou quatro visitas, entrevistamos algumas das detentas, mas tivemos acesso apenas ao primeiro pavilhão, dos quatro existentes. Acho que era deixado assim justamente com essa finalidade, para servir de fachada, com as presas-modelo para não causar um impacto indevido - pelo menos na visão dos diretores de lá.

Eu me peguei pensando em uma dessas visitas, a terceira ou quarta que fazia, como o ambiente era até pacífico em relação ao imaginário que temos aqui fora, mas de repente me desceu uma constatação terrível. Eu iria sair de lá em minutos, pouco mais de uma hora. Algumas daquelas mulheres - que não quisesse fugir, que tenha encontrado condições de vida melhores lá dentro, enfim - ficariam lá por anos, décadas. E numa situação muito diferente daquelas que eu pude ver. É algo tão nebuloso, uma noção tão... imensa, que eu joguei o pensamento para longe na hora, mas sempre volto a ele.

Realmente, a liberdade de ir e vir, esse direito que damos por garantido... Ser privado disso é uma coisa assustadora. Eu imagino, descontados os casos patológicos, o que leva uma pessoa a cometer um crime, se ela cogita a possibilidade de parar num lugar desses. E mesmo depois de sair, reincidir no crime e voltar para lá? Isso sim é um verdadeiro inferno na terra.

7 de julho de 2010

Família, êh...

Uma vantagem que temos aqui em casa, talvez por todos serem de signos de Ar (se a astrologia realmente valer), é que as brigas vêm fácil e se vão com mais facilidade ainda. Após alguns dias de afastamento, um pouco de consciência pesada, vamos colocando as coisas em ordem, dando o devido peso aos fatos e voltando às boas. O fato de a minha cachorrinha ter ficado doente com uma dermatite, pela primeira vez, serviu como alerta de que todos nós estamos estressados com a situação da casa, e não adianta ser impaciente - vamos ter de suportar esse quebrar de ovos para ter um omelete à altura. E olha que eu detesto omelete, então usar essa metáfora tem sua relevância.

Não acho que eu tenha registrado aqui de maneira tão explícita, mas me considero com muita sorte de poder ter na minha família meu porto seguro. Saber que, não importa que meu dia no trabalho tenha sido ruim, não importa que um carinha tenha me dado o fora, ou que meu salário não tenha sido suficiente pra pagar as contas do mês, posso contar a liberdade pra dividir em casa os meus problemas (e as alegrias também!), e vou ter acolhida. Dá pra rir, pra chorar, pra discutir, até pra descontar a raiva. Acho que é pra isso que família serve, mesmo, pra um ensaio, uma amostra do que é o mundo lá fora, mas com a rede de segurança ali, pra você aprender a cair e se erguer e tentar de novo. E vou seguindo...

6 de julho de 2010

Terça Insana

Hoje foi um dia bem complicado. Acordei brigado com a minha mãe, por conta (em parte) do gatinho que minha tia trouxe para cá. Eu nunca neguei que sempre quis ter um gatinho - de qualquer espécie que fosse - mas não dá pra esquecer que já tenho uma cachorrinha, a Penélope, que é ultramimada. Simplesmente não dá pra convencê-la, do dia pra noite, a aceitar outros bichos. Ainda mais que minha mãe ficava atiçando ela pra latir nos gatos que passavam pelo corredor da casa! Mas, quem sou eu pra ir contra? E ainda ontem, ao chegar (depois de um dia cansativo no trabalho, não se pode esquecer), vejo que a luz está apagada. OK, reconheço que fazer um comentário irônico ao entrar não foi a melhor atitude, mas fiquei muito puto. Pra quê colocar quatro arandelas na garagem e não deixar UMA acesa?! E eu tenho que ficar caçando o buraco da chave pra poder trancar o portão à noite!

Todo esse cenário ao acordar e sair de casa pra ir pra academia, não é muito animador. Fui pra academia, quase morri, e quando estava no Metrô comecei a sentir um pouco de febre, de novo. Ando preocupado com isso, então fui ao pronto-atendimento da Medial na Brigadeiro. Que não é mais pronto-atendimento. Me indicaram um hospital próximo ao metrô Ana Rosa. Mas, como estava quase no meu horário, fui pro escritório e deixei para a hora do almoço. Chego no tal Hospital da Luz, que era a treva! A piada é óbvia, mas muito apropriada aqui. Fiqueu lá uma hora sem conseguir ser atendido pelo clínico geral. Um absurdo! E isso que é pago, hein? Imagina se não fosse. Voltei correndo pro trabalho, comi mal no Burger King, e nessa brincadeira perdi 3 horas!

Durante a parte da tarde, no escritório, o chefe chegou esbravejando. Meus sais! Acabei ficando até as 21hs pra resolver um pepino, mais uma vez, de um cliente que não é meu. Pelo menos deu tudo certo e ele saiu num humor melhor. Ainda bem, porque amanhã é reunião com um cliente pela manhã, e outra reunião à tarde. Imagina se ele for arrastando a tromba? Pelo menos ele pareceu estar se conscientizando da realidade do escritório, e a história de protecionismo parece (parece apenas, por enquanto) estar chegando ao fim. Veremos.

Tem mais alguns acontecimentos de hoje que valem a pena ser registrados, mas no meu atual humor não ia conseguir fazer justiça, nem refletir sobre eles, então deixo para a próxima. No desejo de que Murphy não se faça valer e amanhã seja melhor.

5 de julho de 2010

Euforia

Será que cada um tem dentro de si algo de bipolar? Pergunto porque não experimento os extremos de depressão ou mania, mas, como todos, passo por meus altos e baixos. Normalmente eu me apego, me lembro, analiso mais os baixos, de maneira que eles parecem existir em maior número do que os altos, mas ainda assim, dá pra passar várias vezes pelos dois no mesmo dia. Dureza é persistir, enraizar novos hábitos no meio dessa montanha russa.

Nesta quinta-feira completo quatro meses de academia. Até gosto de ir, normalmente, mas dei uma desanimada. Talvez o problema seja não ter com quem discutir os resultados, não conheço ninguém que faça academia e tenha passado ou esteja passando pelo mesmo processo que eu. Portanto, sou juiz de mim mesmo, e esse é um papel que eu sempre cumpri com perfeição, o do juiz verdugo. Fico deprimido quando vejo que meu peso não muda (bizarro e na contracorrente total, eu sei), ou quando olho no espelho e meu corpo continua lá, igualzinho, imutável. Se "pegar atalhos" ainda adiantasse de alguma coisa e não trouxesse mais problemas do que benefícios, mas não é o caso. Então vamos lá, para as medições, torcer para o instrutor precisar da grana e se dar ao trabalho de aumentar um pouco a minha combalida autoestima.

Somando esse peso na minha consciência, mais os apuros do trabalho, mais os conflitos em casa, mais a ansiedade que me consome em relação a esse feriado... não tá muito fácil, não.

4 de julho de 2010

Indagações Inevitáveis

Autoconfiança, assim como reputação, é algo arduamente construído ao longo de anos, e que se pode esfacelar em segundos. Embora eu sinta esses ataques e abalos há muito tempo, a cada vez que isso que acontece fica mais fácil reconhecer os sintomas e combatê-los. Não precisar da validação alheia tão constantemente também é um efeito positivo desse desenrolar de acontecimentos.

Caso em questão: hoje, durante um passeio com um amigo na Paulista, para escapar dos vizinhos que voltaram a dar sinal de vida após muito tempo (coisa que desisti de combater em nome da relativa harmonia em casa), alguns fatos inusitados valem registro. Primeiro: um carinha lindo veio no mesmo metrô em que eu estava. Fizemos baldeação para o ramal da Paulista juntos, e eu reparei o quão bonito ele era, fiquei mesmo bolado com o perfil do cara. Quando vamos descer, na mesma porta, olho para o reflexo no vidro e levo um susto. Duas cicatrizes, com aparência recente, nos pulsos do rapaz. E no sentido longitudinal, acompanhando o braço, coisa de quem entendia o que estava fazendo, sabe? Impossível não imaginar o que levaria um cara, lindo como ele era, a fazer uma coisa dessas.

O outro exemplo, que foi mais próximo. Passo na estação Consolação na hora de vir embora, para carregar o bilhete único. E na fila, o choque: eu, que sou péssimo fisionomista, reconheço um geógrafo com quem conversei algumas vezes pelo MSN há uns dois anos e cuja paquera não acabou bem. Aliás, não acabou bem mesmo, um bate-boca virtual que sepultou todas as minhas ilusões de que da Internet possa sair alguma relação romântica de contos de fada. Mas até, aí, nem me abalaria. Duro foi ver o mesmo cara na saída do estacionamento, quando meu amigo estava me dando carona até o Anhangabaú, e depois, ao descer do carro no centro da cidade, o MESMO cara estar passando pela causada. Segundo pensamento inevitável do dia: por que esse tipo de coisa acontece comigo?

Tenho esperança de um dia ainda encontrar as respotas pra essas perguntas.

3 de julho de 2010

Encontros e Despedidas e Reencontros

Nesta sexta-feira, apesar de um resfriado que tinha me afetado no começo da semana, acordei bem animado, com um sentimento (mais comum hoje em dia do há muito tempo acontecia, admito) de que as coisas dão certo no final. E esse sentimento vem, creio eu, de estar conseguindo assimilar que as coisas não precisam acontecer exatamente como o planejado para serem boas, prazerosas, resultarem em boas lembranças.

Apesar de ter sugerido uma balada que duraria a noite toda, não sei se meu organismo resistiria, e também é preciso levar em conta que as outras pessoas também têm suas rotinas e compromissos durante a semana que também podem ser cansativos. Tenho uma tendência a esquecer disso. Mas, o fato de não estar mais disposto a encarar essa balada não quer dizer que eu precise me privar da companhia dos amigos, ainda mais que um deles está de partida para uma viagem de um mês. Acabamos saindo apenas a um happy hour básico, coisa de pouco mais de duas horas, mas que foi extremamente divertido, rimos como há muito não acontecia, e ficou aquela vontade de repetir, de que essa viagem passe logo para ter mais histórias pra contar.

Às vezes eu encano que estou insistindo demais pra sair, pra fazer alguma coisa, e me incomoda um pouco quando eu percebo a ausência de entusiasmo das outras pessoas que eu convido. Quer dizer, me incomoda bastante. Mas tenho que aceitar que 1) as pessoas não precisam aceitar o que eu proponho, mesmo que em meu egocentrimo pense que sei o melhor para todos, e 2) eu gosto de propor lugares, gosto de me preocupar em fazer algo que agrade a turma, gosto de reunir as pessoas ao meu redor. Não que eu tenha um grande círculo de amigos, ou frequente inúmeras turmas, essa é outra questão. Mas conquistei uma certa confiança de que os amigos verdadeiros, presentes, eventualmente vão concordar com as minhas sugestões, e vão curtir e se divertir. E se isso acontece, ótimo. Mas, se por acaso um não quiser ou puder, por algum motivo, isso não quer dizer necessariamente que deixou de gostar de mim, que mudou alguma coisa no relacionamento.

Outra faceta dessa questão de autoconfiança é a vontade que me dá às vezes de sair sozinho pra um barzinho ou balada ou sauna, quando ninguém mais quer, e que eu não realizo muitas vezes, justamente por medo de ir sozinho, ou receio, ou timidez, os termos se sobrepõem. É um trabalho de construção de autoimagem constante. Mas estou aprendendo a apreciar as etapas do processo, até agora devo reconhecer que tem dado certo.

2 de julho de 2010

Autocrítica

Tive sempre um problema com o termo crítica. Sempre vi como algo pejorativo, sempre tentei me mudar, me adaptar, absorver os golpes quando era criança e adolescente, que não admitia, depois de passadas essas fases, que eu tinha feito algo que pudesse ser melhorado. Era algo mais ou menos assim: se tem que ser melhorado, quer dizer que não estava bom. Logo, cometi um erro. E erros me deixavam vulnerável, porque ser errado era ser reconhecido, estar em evidência. Não faz muito sentido assim, em um parágrafo, mas a lógica sempre foi afiada como uma faca sobre meu pescoço.

Tenho trabalhado muito esse conceito de não-perfeição, de o bom às vezes já estar ótimo. Não significa mediocridade, longe disso, apenas uma recusa em se deixar obcecar com o resultado final que nunca se atinge - quer dizer, se atinge, mas aí nada mais tem importância - e deixar de ver os resultados que já apareceram. Pode parecer papo de livro de autoajuda, e outro horror que eu sempre tive foi de cair nos clichês, mas acho que o importante é observar suas reações aos estímulos, às situações que se apresentam. Aprender a me afastar, me desligar emocionalmente do fato, e pensar com mais objetividade no que eu quero realmente para mim em relação a um determinado fato ou pessoa. Claro que eu tenho medo de que isso se torne frieza, uma frieza que sempre mostra as suas presas nos meus momentos de revolta, mas penso que é mais o caso da tão execrada maturidade chegando. Com naturalidade.

1 de julho de 2010

De volta ao princípio

Eis-me aqui, após uns seis meses de abandono, voltando a escrever no blog. Não senti muita vontade de postar durante esse breve interlúdio, acho que por já ter esgotado a proposta inicial. Em uma época de vacas bem magras, eu precisava de um lembrete de que os pequenos acontecimentos do cotidiano também tinham seu valor. Agora, sinto que é o momento de reinventar conceitos, e posso muito bem começar por aqui. A vida anda tão corrida, e ao mesmo tempo ando com o olhar tão internalizado, que é difícil consolidar as ideias todas que passam pela minha cabeça. Então a solução será chutá-las para cá. Quem sabe eu não tenho uma luz ao transmiti-las para a tela, e possa aplicar essas descobertas no "mundo real"?

Ah, sim, o fato de a minha terapeuta estar de férias em agosto teve enorme influência nessa decisão de voltar a escrever, sim. Quis deixar isso registrado.