11 de julho de 2010

Da Discussão Nasce a Luz?

Neste domingo eu saí com a Camila para algo que não fazíamos há tempos: simplesmente sentar e conversar. Precisamos disso com uma frequência maior do que reconhecemos, eu acho, e se tem uma coisa que me dá pra prazer é sentar algumas horas com um amigo de verdade e apenas conversar sobre as coisas da vida, mesmo que seja pra analisar, ou pra repetir o mesmo conteúdo de autoconhecimento, é algo que me faz um bem imenso.

E não dá pra não dizer que sempre aparece uma coisa nova, uma descoberta nova sobre mim mesmo que joga uma luz em alguns aspectos obscuros. Teve dois desses pontos desta vez. Um deles é justamente esse, o de que não é todo mundo que tem essa autoconsciência exacerbada, não é todo mundo que para para analisar suas atitudes, rever suas posturas, ponderar os próximos passos. E eu percebi que, se tem alguma coisa comum a todos os meus amigos mais chegados (sim, todos os três, rs...) é isso. E que bom, poder conviver com pessoas que tenham essa afinidade, porque se não fosse o caso, o tédio que me ameaça engolir de vez em quando seria muito maior.

A outra constatação foi a dessa mania de perseguição, essa linha de raciocínio que surge sempre que uma saída ou um programa não ocorre como o planejado. Demorou tanto pra eu aceitar que meus amigos tem vida própria, que não tem nada a ver comigo, e que isso É UMA COISA BOA, mas esse arrazoamento (essa palavra existe?) leva a uma segunda reflexão: porque, então, se as coisas não saem como o planejado, precisa ser por algo que eu tenha feito ou deixado de fazer?

Caso em questão: essa saída com a Camila deveria ter acontecido no sábado, mas por conta dos pais dela, não foi possível. Normal, certo? Errado! Já estava pensando que era por alguma coisa que eu falei, por eu não ter demonstrado que queria muito encontrá-la, enfim. Mil cenas e filmes que tendem a passar pela minha cabeça nessas horas. Felizmente elas se mostraram irreais, mas foi ótima a oportunidade de me abrir com a pessoa diretamente e falar isso, desse fenômeno que toma conta de mim. Pude ver que não estou maluco, que isso faz parte de uma certa lógica (mas acho que toda loucura é lógica - pelo menos do ponto de vista do louco. Medo). Que dá pra mudar esse processo, porque é apenas um processo, e não uma característica. Não sei se faz algum sentido, ainda vou ter de refletir sobre isso, mas posso dizer que é um alento, e isso por si só já é muito bom.

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