26 de julho de 2010

Soulmates

Coisa boa é perceber que você pode ser surpreendido nos momentos mais improváveis, mesmo por alguém que conheça há (muitos) anos. Hoje tive um momento assim com a Camila, que me disse uma coisa muito bonita pelo MSN, e por mais banal que isso possa parecer, foi algo que alegrou muito o meu dia. E olha que esse mesmo programinha já foi motivos de briga, inclusive com a própria Camila.

Não creio que eu tenha escrito aqui a respeito dessa amizade, o meu relacionamento mais duradouro fora da família, então vou corrigir essa injustiça aqui. Em 2011 vai fazer 15 anos que nos conhecemos, lá nos idos de 1996, no primeiro ano de colegial. Uma coisa que eu nunca comentei com ela, mas que guardo até hoje, foi a primeira coisa que ela me disse. E não foi exatamente uma coisa agradável, diga-se de passagem.

Cena. Uma escola técnica localizada no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, pouco antes das 7hs. Eu cheguei antes na aula, primeiro ano, primeiro mês de aula, um ano adiantado por ter pulado da pré-escola diretamente para o primário. Longa história. Enfim, estou observando da janela a entrada dos alunos, apenas vendo as pessoas passarem, coisa que eu faço muito ainda hoje. Não ouvi ninguém entrar, mas chega por trás essa menina de voz fina, de criança, mas comportamento e aparência diversos da voz, e me pergunta: "Tá procurando seu macho?". Eu me viro, olho pra cara dela com um olhar gélido, viro as costas e me sento em silêncio na minha carteira. Fim.

Não parece uma história muito auspiciosa, não é? Mas entendam que éramos adolescentes, eu ainda nem sonhava em me assumir, e adolescente faz qualquer coisa para se encaixar no grupo. Fato é que, menos de duas semanas depois, éramos uma turminha consolidada, eu, ela, o Daniel, e o Fábio. E pra não ficar só nessa lembrança meio torta, também lembro a primeira vez que me uni a eles, nessa mesma sala que descrevi antes, quando em uma aula vaga o Daniel e a Camila estavam jogando frisbee com uma tampa de lata de lixo. É, eu sei, glamour passou longe.

Só sei que isso ilustra bem nossa amizade, e o companheirismo que nos uniu nesse tempo todo. Foram muitas brigas, alguns anos sem nos falarmos, mas sempre na mente um do outro. Mas aprendemos que a dinâmica entre duas pessoas pode (e deve!) mudar, mas as personalidades e as afinidades e as emoções permanecem, inalteradas.

Coincidências durante esse tempo? Muitas. Algumas posso citar rapidamente: resolvemos fazer cursinho na Poli no mesmo ano, apesar de eu já ter entrado na faculdade de Arquitetura e depois desistido pra fazer jornalismo no ano seguinte. O fato de a Cíntia, outra amiga de longa data, ter ido trabalhar na mesma empresa que a Camila depois de tantos anos. Ou que agora, junto com elas, meus melhores amigos se chamam justamente Fábio e Daniel, embora de personalidades completamente diferentes dos primeiros exemplares (e bem melhores, fato).

Sei que esse texto pode pecar por falta de coerência, mas emoção não falta. Aprendi muito com a Camila nesses tempos, e continuo aprendendo. Posso dizer sem sombra de dúvida que nossa amizade me tornou uma pessoa melhor, mais tolerante, mais compreensiva, comigo mesmo e com os outros. Espero poder ter contribuído um pouquinho pra que ela tenha se tornado essa pessoa maravilhosa que é hoje.

Cá, tamo junto!

2 comentários:

Antonio de Castro disse...

tem desses amigos q vêm, ficam e nunca mais vão embora né?

ainda bem.

e tem os amigos q a vida insiste em levar, mas eu não deixo, porque eu olho p eles e lembro o qt me ensinaram e me fizeram bem.

só o q eu quero é continuar aprendendo.

Mee Vincenzo disse...

Chorei lendo o post, passei um tempo lembrando de coisas do nosso passado, quanta história, quanto aprendizado... é maravilhoso ter um amigo assim como você!

Nunca vá embora! Nunca!...