4 de julho de 2010

Indagações Inevitáveis

Autoconfiança, assim como reputação, é algo arduamente construído ao longo de anos, e que se pode esfacelar em segundos. Embora eu sinta esses ataques e abalos há muito tempo, a cada vez que isso que acontece fica mais fácil reconhecer os sintomas e combatê-los. Não precisar da validação alheia tão constantemente também é um efeito positivo desse desenrolar de acontecimentos.

Caso em questão: hoje, durante um passeio com um amigo na Paulista, para escapar dos vizinhos que voltaram a dar sinal de vida após muito tempo (coisa que desisti de combater em nome da relativa harmonia em casa), alguns fatos inusitados valem registro. Primeiro: um carinha lindo veio no mesmo metrô em que eu estava. Fizemos baldeação para o ramal da Paulista juntos, e eu reparei o quão bonito ele era, fiquei mesmo bolado com o perfil do cara. Quando vamos descer, na mesma porta, olho para o reflexo no vidro e levo um susto. Duas cicatrizes, com aparência recente, nos pulsos do rapaz. E no sentido longitudinal, acompanhando o braço, coisa de quem entendia o que estava fazendo, sabe? Impossível não imaginar o que levaria um cara, lindo como ele era, a fazer uma coisa dessas.

O outro exemplo, que foi mais próximo. Passo na estação Consolação na hora de vir embora, para carregar o bilhete único. E na fila, o choque: eu, que sou péssimo fisionomista, reconheço um geógrafo com quem conversei algumas vezes pelo MSN há uns dois anos e cuja paquera não acabou bem. Aliás, não acabou bem mesmo, um bate-boca virtual que sepultou todas as minhas ilusões de que da Internet possa sair alguma relação romântica de contos de fada. Mas até, aí, nem me abalaria. Duro foi ver o mesmo cara na saída do estacionamento, quando meu amigo estava me dando carona até o Anhangabaú, e depois, ao descer do carro no centro da cidade, o MESMO cara estar passando pela causada. Segundo pensamento inevitável do dia: por que esse tipo de coisa acontece comigo?

Tenho esperança de um dia ainda encontrar as respotas pra essas perguntas.

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