23 de julho de 2010

Elucubrações

Como disse nos dias anteriores, tenho pensado muito em padrões, em tipos de comportamento em que caímos. Em como isso não é necessariamente ruim, mas pode se transformar em muletas, em mecanismos de defesa que fazem (quase sempre) mais mal do que bem. Aproveitei o momento de calmaria social para reler o arquivo deste blog, coisa que não fazia há tempos, e alguns desses padrões ficaram mais claros.

Lembro de uma ocasião, lá atrás na faculdade, a Cris me falou que eu precisava aprender a não ser tão suscetível. Isso não justifica e nem desculpa os defeitos de conduta dela, o modo como me tratou e como nossa amizade acabou, mas eu fico ponderando se ela não teve um instante de inspiração quando disse isso. Nos últimos tempos da terapia, também uma questão recorrente: meu receio de 'crescer', de enfrentar as agruras da chamada 'vida adulta'. Não em relação ao profissional, mas no emocional mesmo. Acho que concordo, mas é tão complicado, enfrentar essas situações.

Um dos mitos que eu criei e passei a acreditar (e é tão duro des-acreditar) é que tudo precisa ser grandioso. Gestos grandiosos, acontecimentos grandiosos, romance de novela, sabe? E a vida não é uma novela. Nunca foi. Mas se não é, de que vale? Por que aceitar o medíocre, o mundano? É essa questão que eu não consigo resolver. Porque se não é pra ser perfeito, se não é pra buscar o melhor, não há razão pra sequer começar. Ou há?

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