15 de julho de 2010

Sentimentos

Sempre achei Clarice Lispector deprê demais pro meu gosto, mas às vezes ela acerta à queima-roupa. Caso em questão:

Porque eu pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria — e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa.

Sem mais.

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