25 de janeiro de 2011

A volta dos que não foram

Esses dias eu abro meu email no trabalho, e tinha uma mensagem de uma menina da faculdade. Essa colega, mais velha do que a turma, foi amiga minha desde o primeiro dia de aula, mas no último ano o comportamento irracional dela para algumas coisas se voltou contra mim (tudo motivado por um maldito disquete! sim, na época ainda se usava disquetes). Apesar de minha vontade de sumir de sempre, me apeguei a esse contato e ao TCC que fazíamos porque eu também tinha investido muito nesse trabalho. Até que chegou a apresentação para a banca, tiramos a nota máxima, e eu cumpri minha palavra de que não queria ter mais nada a ver com esse livro-reportagem que tínhamos preparado ou com essa pessoa.

Até que alguns meses atrás, outro membro do nosso grupo tinha mandado uma mensagem via Facebook, dizendo que estava pensando, junto com essa colega, em registrar o livro. Perguntava se eu tinha interesse em participar, mas eu mantive minha opinião e disse que não haveria problemas nenhum em ceder meus direitos (se é que se pode dizer que eu os tinha) sobre o livro, de forma oficial se fosse preciso. A coisa ficou por isso, até esse e-mail de dias atrás.

O que me espantou na mensagem foi que ela demonstrava claramente que a pessoa não mudou em nada seu comportamento, muito provavelmente porque ela não considere que precisa mudar alguma coisa. Inclusive mencionou a mim como testemunha de seus direitos e primazias por ter escolhido o tema e o nome do livro, em uma conversa, um dia, há mais de sete (isso mesmo, sete!) anos. Aí foi que me bateu: isso é ser apegado ao passado.

Sempre me atormentei com minhas memórias, fugi delas, considero mais nocivo do que benéfico me lembrar das coisas, de tantas coisas, como eu me lembro. Conversando com uma amiga, porém, alguém que eu conheço há quase 15 anos (por irônico que pareça), vi o quanto evoluí nesse tempo, ano a ano. Um processo difícil e até por vezes doloroso, mas quando volto esse olhar para trás, extremamente gratificante.

E essa história toda me serviu para evidenciar uma qualidade, que eu nem considerava assim: essa percepção e aceitação de que não sou perfeito, de que preciso mudar e melhorar, e sempre vou precisar mudar e melhorar - e posso! E quero! E vou! Não dá pra ficar parado, vendo a banda passar.

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