26 de setembro de 2007

A Moral da História

Não sei porque esse filme, Hairspray, mexeu tanto comigo. Talvez porque há mais de um ano eu não ia ao cinema (a situação financeira não permitia), ou pelo último filme que eu assisti, A Prova, ter acontecido em um momento bastante inoportuno. A história de uma mulher em meio às lembras do pai recém-falecido não foi a melhor pedida apenas um mês após o meu pai ter falecido. Acho que me identifiquei um pouco demais. Ainda bem que o final não foi deprimemente, mas ainda assim, denso demais para um cinema.

Mas desta vez foi completamente diferente. Claro que não estou esperando profundidade de um musical, mas o filme é conduzido de maneira tão gostosa, e a mensagem de igualdade a despeito de cor, estética ou qualquer outra coisa transmitida de maneira tão sensível que você se vê torcendo mesmo pelo final feliz. E para um cínico de plantão como eu isso é tão raro, que se torna uma ocasião para ser registrada muitas vezes. Não tem como não estabelecer um paralelo entre a luta dos negros pelos direitos civis do século passado e a luta dos homossexuais nos dias de hoje.

E para quem ainda não entendeu, nós também não queremos o casamento como um sacramento, como diz a "Santa Madre Igreja" e os fanáticos em geral. Queremos apenas poder levar nossa vida sem precisar mentir a cada segundo sobre algo tão importante: não com quem vamos para a cama, mas do que gostamos, do que valorizamos, do que expressamos, enfim, do que somos.

Quem sabe, daqui a algumas décadas, exista um novo musical, mostrando mais essa conquista da humanidade. Claro que nem tudo é perfeito, e a situação dos negros não é mais "fácil", nem nos Estados Unidos, nem aqui no Brasil. Mas sonhar ainda não custa nada, e no final o mundo muda, mesmo que a gente não perceba no momento...

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