9 de outubro de 2007

Os Problemas Abundam

Uma das coisas que eu sempre achei mais engraçadas, no sentido de estranho, veja bem, foi a maneira como as pessoas constroem uma imagem pública de força. Ninguém admite uma fraqueza, todos são fortes, pensam positivos, falam o que pensam, são sinceros até demais, vão à luta.

Sabe aquela música da Legião Urbana que fala “acho que não sou daqui?” Pois é, não consigo evitar pelo menos uma vez ao dia me sentir um peixe fora do aquário do universo. Simplesmente porque não consigo mentir para mim mesmo a ponto de dizer “Eu tenho força. Eu quero, eu posso, eu vou.” Devo ter sido feito sem esse gene.

Problemas, com o perdão do péssimo trocadilho, abundam. A casa que dá fundos com a minha aqui na rua parece A Pequena Grande Loja dos Horrores. Nos 4 primeiros meses que moramos aqui, tudo sossegado, a rua era uma tranquilidade. Tinha algumas festas nos sábados, claro, mas até aí, não dá pra impedir as pessoas de se divertirem, e, ao contrário da opinião de geral, eu gosto de ver as pessoas se divertindo. Mas então, não sei se a família mudou ou apenas se converteu, começam a entoar hinos nas mais variadas horas. A próxima fase, comprar uns CDs piratas na feira e colocar para tocar quando eu ainda nem estou pensando em acordar. Agora, colocam o som nas alturas, que eu não consigo nem me refugiar na calçada. Aí vem alguém e me diz: por que você não tenta conversar numa boa, ver se eles abaixam. E eu respondo: fala sério, ? Se as pessoas tivessem alguma noção, não colocariam essas músicas horrendas em alturas indizíveis em primeiro lugar.

Outro major problem. Carro. Vendi o meu no momento de super-aperto em Abril, quando não sabia mais o quê fazer para continuar pagando as prestações nada leves de R$500,00. A Cintia, minha amiga-maravilha, comprou o carro, e ficou uns 4 meses com ele. Mas começou a dar problemas, exigiu a troca de peças, aquela história de sempre, e ela me perguntou se poderia vender para comprar um Zero Km. Eu, que não queria atrapalhar, disse que podia, se ela conhecesse o cara e atestasse a boa intenção. Esqueci que esse é exatamente o combustível da locomotiva que leva aos quintos dos Infernos. O cara comprou, está pagando as prestações em dia... e simplesmente não quer transferir o carro para o nome dele. Então estou com um carro no me nome andando na mão de gente desconhecida, e com ainda 29 parcelas, até Fevereiro de 2010. Não é o máximo? Ah, sim, tenho ligado, e cobrado da Cintia que ela também ligue, a quatro semanas, e é claro que o cidadão está enrolando. Para que, facilitar a vida as pessoas, não é mesmo, minha gente? Para que, ser honesto no Brasil? Que vantagem Maria leva?

E least but not last, minha mãe tem sentido umas ausências estranhas nas pernas. Ela deixa de sentí-las após ficar muito tempo parada. Está fazendo a romaria de exames, e já passou em reumatologistas, neurologistas, e ninguém descobre o que é. Ela ainda vai passar com a médica que operou a sua tireóide em 1999, e cardio, mas ainda falta passar com o Ortopedista, que também a conhece faz um tempinho. Alguém, de alguma maneira, deve achar alguma coisa.

Sei que tem gente com problemas piores, que milhares de crianças na África estão sem comer, mas quer saber? Eu só tenho ESTA vida, e eu tenho que me preocupar com ela também.

Pelo menos eu estou usando o blog para realmente contar o que tem acontecido na minha vida. Acho que isso vale para alguma coisa.

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