Feito Caim e Abel

Ai, ai... O dia hoje foi tão bom! Divertido logo cedo, uma grata surpresa ao chegar no trabalho, todo mundo de bom humor... Como alegria de pobre dura pouco, cheguei em casa agora à noite e rolou um novo estresse com a minha mãe e minha irmã. Estresse ENTRE a minha mãe e minha irmã, é melhor dizer.

Contei isso pra Camila, quando conversamos depois da balada do meu aniversário, mas a situação anda insustentável entre as duas mulheres daqui de casa. Já li em algum lugar que é normal essa rivalidade entre mãe e filha depois que a filha chega a uma certa idade. Não acho que foi assim com a minha irmã mais velha, que já está casada e mora na própria casa. Acho que ela sempre soube o que quis da vida, e desde cedo, quando tirou carta e comprou o carro, era independente. Apesar disso, sempre soube dosar as coisas. Já essa irmã do meio não aprendeu a arte da convivência, da concessão. E olha que é psicóloga, hein? Como é mesmo o ditado? "Em casa de ferreiro"...

Realmente não entendo. Por mais que seja difícil pensar em sair de casa, mesmo porque nossa família diminui pela metade em dois anos, não é pior viver desse jeito? Poxa, você detesta o lugar, cada dia arruma uma nova confusão... Não é melhor ir viver sua própria vida? Não tô dizendo que é fácil pra mim, aliás meus amigos já devem estar cheios de me ouvir reclamar do bairro, mas tenho claramente definido que, se minha mãe gosta daqui, não importa. Vou ficar aqui. Aprendi a priorizar as coisas. Claro, seria melhor se pelo menos umas três famílias entrassem em combustão expontânea, mas quais as chances de isso acontecer, não é verdade, minha gente?