15 de agosto de 2010

Síndrome de autoconsciência

Brinquei com uma amiga, a Camila, numa ocasião em que tiramos o dia apenas pra conversar e filosofar, que sofríamos de Síndrome da Autoconsciência. Explico: essa compulsão em analisar os acontecimentos e tecer teorias a respeito deles, buscar algum sentido maior em tudo que passamos, em vez de simplesmente passar pelos dias um de cada vez. Seria muito chato, penso eu, ficar apenas reagindo aos estímulos, como que cumprindo uma programação. Tem que estar tudo ligado, a vida é cheia de concidências e lições e subcorrentes demais para ser tudo aleatório.

Não consigo acreditar e me entregar aos preceitos de nenhuma religião, então talvez isso seja o que me causa inquietação, essa falta de sentido, talvez de finalidade na vida. Quer dizer, finalidade tem uma, e todos sabemos qual é, ela chega igualmente para todos, mas o que fazer nesse meio tempo, clichê dos clichês, é onde o bicho pega. No emaranhado de contradições em que me perco cada vez mais, se enfrentam um desejo de fazer algo grandioso, de deixar minha marca no mundo, e uma vontade de viver uma vida simples, de realizar sonhos simples e encontrar aí a satisfação.

Acho que acordei exageradamente filosófico hoje, ou talvez seja o sono. Só sei que seria um tédio só não pensar nessas coisas. Mesmo que seja difícil transpor esses pensamentos pra forma escrita, registrá-los aqui, não posso considerá-los perda de tempo e de energia. Saber (ou seria mais torcer para?) que uma hora as peças vão se encaixar é o que me motiva.

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