9 de outubro de 2012

A viagem dentro da viagem

Como as coisas se modernizam, não? Estou escrevendo este post a bordo do trem que vai me levar para Washington. No momento estou olhando para essa paisagem tão diferente e ao mesmo tempo semelhante a qualquer vista de uma viagem. Assim como não dá pra dizer que o Brasil inteiro é como São Paulo, realmente não dá pra dizer que Nova York resume os Estados Unidos. Os clichês dos filmes, as casinhas de madeiras todas iguais até onde a vista alcança, as cercas pintadas de branco e os gramados de entrada, com as árvores realmente de folhagem verde, vermelha e dourada por causa do outono... É tudo assim mesmo. Não é à toa que tantos estudantes de universidade buscam as cidades grandes depois de saírem das casas dos pais. Mas quem disse que no Brasil é diferente? Basta ir para essas cidades do interior, sei lá, de Minas Gerais, do Mato Grosso, que dá para entender que o deslumbramento é o mesmo.

Quanto a mim? Não sei dizer. Me sinto mais seguro hoje, podendo comprar as coisas sem problemas e entrando nos lugares sem hesitar. Mas é realmente uma lição de humildade ver que, por mais que você estude inglês e leia e veja filmes e ouça músicas, nada prepara para a velocidade com que os nativos falam. Alguns atendentes de loja repetem beeeem devagar, como se você fosse meio lerdo, enquanto nas lanchonetes eles preferem resumir, hehehehe.... Hoje para o almoço eu pedi um sanduíche de pizza de pepperoni - muito bom por sinal, se tiver a chance vou repetir. Mas a moça do atendimento falou um negócio que até agora não sei o que é. Só fui entender quando ela perguntou se eu queria no pão preto ou no pão branco. Pelo menos entendi quando o outro atendente me perguntou dos acompanhamentos, porque consegui evitar que fosse alguma coisa desagradável parar no meio. Acabou ficando bem gostoso mesmo!

Na hora que voltei do almoço, um susto: a companhia de trem me enviou um email dizendo que o trem tinha reservado tinha sido cancelado. Momentos de pânico; tentei ligar para a empresa mas quem disse que me entendi com esses menus de autoatendimento? Se nem em português a gente consegue ficar sem se perder, imagina em outra língua! Acabei arrumando as coisas correndo - lutando para não esquecer nada! - e fui pra estação Pennsilvania. Acabou que a funcionária foi super simpática e me informou que eu poderia embarcar no trem seguinte, apenas 40 minutos após o outro que estava programado. Ufa! Respirei aliviado e ainda deu tempo de conferir onde fica o Javits Center para quando começar a Comic Con na quinta-feira. E o que poderia ter estragado meu dia serviu para dar um gostinho de aventura nessa minha empreitada.

Agora estou na Filadélfia, uma cidade um pouco maior e muito bonita! Com o trem parado, estou vendo algumas crianças jogando numa quadra. Futebol? Não! Hóquei na grama! Só pra lembrar que as coisas são parecias no conteúdo, mas a forma é completamente diferente!

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