31 de dezembro de 2010

Página virada

Hora de fechar 2010, que, se não foi perfeito, pelo menos trouxe minha capacidade de reconhecer, valorizar e agradecer as coisas boas que me acontecem e que conquistei. E, para 2011, nada de promessas, expectativas, apenas muita vontade de vencer, de prosperar, de crescer, e ver as pessoas de quem eu gosto junto comigo nessa caminhada. Uma nova atitude para a nova década.

29 de dezembro de 2010

Um rápido olhar pelo retrovisor - parte 3

E, para terminar essa retrospectiva editada, abordo a área em que considero que os maiores avanços ocorreram esse ano, e quem diria que seria tão perto de casa.... aliás, que seria a própria casa! Neste ano, após um final de 2009 conturbado, quando decidimos permanecer aqui na Zona Leste de São Paulo e parar com a ilusão de vender a casa, arregaçamos (minha mãe, minha irmã e eu) as mangas e tratamos de tornar nosso lar mais agradável - e passamos a contar mais uns com os outros no processo.

Investimos as economias para reformar o exterior da casa, que estava precisando de cuidados desde que viemos para cá em 2007. Fizemos um telhado estilo colonial, colocamos portões novos, e até a vizinha que também estava reformando colaborou pintando o paredão que dá para o nosso corredor com uma tinta especial antimofo e antimanchas - terminamos agora este ano com uma literal tela branca.

O relacionamento entre os moradores também melhorou. Acho que todos nós entendemos que somos indivíduos que convivem por opção, e não por obrigação, e isso mudou tudo na dinâmica da família. Como eu disse na última vez em que encontrei alguns amigos, eu me considero um privilegiado por ter uma família unida e parceira, como é o caso, e espero que continuemos assim por muitos anos que virão.

O crescimento veio também na fachada corporal da gente. Foi um ano para cuidar do corpo e da mente. Avancei na terapia, como eu disse, mas também consultei uma nutricionista para uma reeducação alimentar, fiz alguns meses de musculação, e termino o ano com a retomada de um antigo projeto: voltar a nadar foi algo extremamente libertador para mim. Pude ver que eu gosto mesmo de atividade física, foi só uma questão de acertar o ritmo e a disponibilidade que eu quero para isso na minha rotina, mas é algo que definitivamente levarei comigo para 2011.

27 de dezembro de 2010

Um rápido olhar pelo retrovisor - parte2

Não posso dizer que o ano trouxe exatamente os resultados que eu esperava no aspecto afetivo (por mais que eu me negue a confessar que esse desejo sempre está ali no fundo) - leia-se: arrumar um namorado. Descontando isso, foi um período para eu me cuidar mais, me conhecer melhor, saber o que eu espero dessa vida e por que eu faço muitas das coisas que eu faço. A terapia foi uma boa ajuda nisso, embora eu ainda fique com a sensação de fracasso que me persegue. Aliás, essa sensação é mais forte nessa área, mas está presente nas outras também. Estou lendo um livro que fala sobre isso, mas é assunto para um outro post.

Este ano não me senti atraído, nem apaixonado por ninguém. Tive uma queda por um cara lindo que era caixa de supermercado, mas que logo no começo do ano tinha sido transferido, então era uma vez. No meio do ano, vítima de um acesso ou coisa parecida, decidi desenterrar uma paixonite do ano passado, para ver se esse negócio de dar uma segunda chance e arriscar e "o não eu já tenho" funciona. Nem preciso comentar o resultado, não é? Ficou provado para onde leva o caminho feito pelas boas intenções...

Com os amigos as coisas estiveram tranquilas na maior parte do tempo, só nos últimos meses do ano senti uma esfriada nas relações, uma falta de empatia e de comunicação que me fizeram acender o alerta laranja. Esta tem sido uma fase de reavaliação, não das amizades em si, coisa que eu prezo bastante, mas o fato como eu lido com as amizades mesmo, meu papel na conjuntura das coisas, minha atitude em relação à vida. Como diz a música da Alanis, "embora eu saiba quem eu não sou, ainda não sei quem sou".

25 de dezembro de 2010

Um rápido olhar pelo retrovisor - parte1

E então chegou e passou o Natal, agora é a última semana do ano, de recesso no trabalho, descanso, planejamento e refletir sobre tudo o que passou e o que dá para melhorar... e depois começar tudo de novo. Mas não posso mesmo dizer que 2010 foi ruim, embora tenha tido muita coisa inesperada. Aliás, lidar com o inesperado de maneira menos ansiosa e preocupada já foi um diferencial. Nem sempre bem sucedido, é verdade, mas ainda assim, válido. Como eu tinha dado um tempo no blog no primeiro semestre, vai ser um pouco difícil relembrar esse período, mas dá pra puxar pela memória os principais pontos. Simbora!

O ano no trabalho se iniciou com a saída de um dos assessores do escritório, momento em que eu assumi uma conta que ele atendia há 5 anos. Também entrou uma estagiária no lugar dele, e tive a gratificante experiência de transmitir um pouco do que aprendi desde que me formei e como eu acho que as coisas devem ser feitas. Essa tônica continuou até o meio do ano, com uma certa ênfase do meu chefe em querer que eu assumisse uma coordenação sem uma declaração oficial da parte dele. Com a saída de outra assessora em setembro isso ficou mais evidente. A equipe se expandiu, e depois se contraiu: tive de passar pela saia justa de mandar um estagiário embora. Não que não fosse justo, afinal ele marcou muita bobeira, mas ainda assim foi difícil passar por essa conversa. Ainda mais que eu sempre procurei evitar conflitos.

Agora nos últimos três meses, a velocidade dos acontecimentos foi estonteante. Saída de clientes e a chegada de outros foi o que mais marcou. Muitos momentos de vitórias também, em que eu soube aproveitar a oportunidade do momento. Claro que nem tudo é perfeito, tenho essa mania de acreditar na propaganda dos outros, que só mostram os bons acontecimentos e escondem os ruins do trabalho. Momentos de desatenção e desânimo, sobretudo. Mas acho que é contornável, se eu souber ser menos crítico e confiar que os resultados que eu já apresentei, a reputação que eu construí nestes três últimos anos não é nada para se desprezar.

Paralelo a isso, o plano material também esteve bem satisfatório, apesar de minhas contas ameaçarem sair do controle algumas vezes no ano. No geral, mantive uma estabilidade, mas os projetos grandiosos para 2011 me levam a pensar melhor em minhas finanças, para poder realizar alguns sonhos de longa data, que fatalmente exigirão um capital maior e um controle maior dos impulsos também. Se os últimos dias foram alguma indicação, será algo perfeitamente possível, visto que o impulso por gastar esteve no nível mais baixo de que consigo me lembrar, apesar de livre de amarras. Será finalmente a maturidade e a cautela batendo à porta? Serão benvindas, é claro, mas prefiro ver para crer....

19 de dezembro de 2010

Inércia

Andei enrolando para escrever aqui, ensaiando algumas coisas, mas os surtos de melancolia dos últimos meses deixaram pouco espaço para outros sentimentos, sem muito sentido registrar essas coisas. Tenho lido muito a respeito dessa sensação de fracasso e questões de auto-imagem, mas, como tudo nesta vida, fica lindo na teoria, o desafio é botar em prática esses conceitos.

Tenho questionado bastante a minha maneira de me relacionar com as pessoas, amigos próximos e colegas e conhecidos em geral. Olhando para trás, percebo que afastei ou me afastei da maioria das pessoas com quem convivi. Apesar de saber que é normal manter o contato apenas com alguns dos personagens com quem compartilho do dia a dia, mas a sensação de vazio na minha agenda é gritante nos últimos tempos. O mais grave é que as oportunidades para sair até surgem, mas não tenho coragem para sair do comum, ou fazer o primeiro gesto e convidar. A insegurança de que não vou agradar, de que não vai dar certo é mais forte. É o velho medo de arriscar que me acompanha desde criança.

Mesmo em compromissos pessoais, entrevistas para emprego, etc., tem um momento antes em que minha vontade é jogar tudo pro alto e sair correndo para a segurança de casa. Como se meu mecanismo de Lutar ou Fugir estivesse sempre travado no fugir. Padrões que construímos e buscamos pelo resto da vida quebrar, imagino. Pelo menos o Ano Novo está aí, época das resoluções e promessas de renovação e melhoria. Foram tantas expectativas para 2010, e muitas delas se realizaram, sim, porém estou tentando manter para 2011 o mínimo de expectativas possível. Claro que isso arrisca descambar no desânimo geral, e estou consciente disso. Se tem uma palavra para descrever meu estado de ânimo atualmente é: cansado. Cansado de esperar as pessoas mudarem, cansado de esperar as coisas melhorarem, cansado de esperar e o momento nunca chegar. Nessas horas me vem à cabeça a indefectível música do Caetano: "quem sabe faz a hora, não espera acontecer", mas de onde tirar energia para isso? Sinceramente, nem sei mais...

11 de dezembro de 2010

A mão do Destino

A sexta-feira foi atípica, não só pelo fato de tudo ter dado tão certo quanto possível, mas também pelo fato de eu ter conseguido, pela primeira vez em muito tempo, manter as expectativas no nível do real. O último evento do ano foi uma coletiva com clientes, e tínhamos marcado de vários jornalistas irem. Pelo que o meu chefe n.2 falou, tivemos um recorde, então o resultado foi que na hora do almoço todos estavam muuuuito relaxados, tomando o vinho disponível a rodo. Eu também me empolguei e tomei três taças, mais para pontuar um final de ano que está chegando do que qualquer coisa.

Em paralelo a isso, o palestrante desse evento foi justamente o ex-patrão do meu pai, que era dono da casa onde morávamos na zona Oeste, e que tinha pedido a casa de volta pouco antes do meu pai morrer em 2006. Quando eu soube que ele estaria lá, há uns 20 dias, é claro que mil cenas se passaram em minha cabeça. Eu chegando para me apresentar e dizer algumas verdades... Ou fazer a linha phyna e tratar com desprezo. Mas consegui me controlar e não manter as fantasias à solta, como disse acima, e no final das contas eu estava correndo tanto, fazendo o meu trabalho com os jornalistas e os executivos presentes, que perdi o começo da apresentação do homem. No final, quando ele se levantou e precisou de ajuda para se locomover e ir embora eu só pude lamentar, lamentar muito o rumo dos acontecimentos, mas sem rancor e sem raiva. Apenas uma mágoa, mas também percebo que ela é bem menor do que antes. Me deu um sentimento de superação, de liberdade, sei lá. Dessas sensações que são praticamente impossíveis de se descrever.

Ao final do dia, depois de trabalhar um pouco no escritório e planejar as coisas para esta semana, quando eu lembrei que tinha acordado às 5h da manhã e estava fazendo um sol invejável às 17h30 da tarde, juntei minhas coisas e fui embora do escritório. Ainda mandei um SMS para o Fábio para ver se ele queria fazer alguma coisa, mas como ele já tinha marcado compromisso, acabei improvisando. Botei o fone de ouvido, comprei uma Coca-Cola gelada, e fui pro Ibirapuera dar uma volta e ler. Acabou sendo muito legal, o parque estava ótimo, e muito bem frequentado. Ainda não foi dessa vez que tive coragem de ficar lá pra ver o movimento à noite, se é que vocês me entendemmm... Mas ainda experimento.

Quando estava voltando pra casa me ligaram avisando que tinha pane (de novo) no Metrô. Em seguida uma colega me ligou do trabalho, avisando que eles estavam saindo de um cliente que fica na Paulista, bem por onde eu estava passando! Feliz coincidência, fizemos um rápido happy-hour até quase 21h, e eu ainda passei na Fnac pra comprar umas revistas pro fim de semana.

Um final bem agradável para uma semana beeeem agradável. Espero que isso se repita ainda por um bom tempo.

8 de dezembro de 2010

Digno de Hércules

Hoje foi um dia extremamente interessante no trabalho. Comecei quase entrando pelo cano, pois tínhamos marcado uma coletiva para um cliente complicado e no caminho para o escritório me ligam 3 das 4 pessoas que tinham confirmado pra desmarcar. E eu não tinha o contato do último pra confirmar. Depois de alguns minutos (mais de hora, na verdade) de pânico, eu cheguei no local, chamei minha colega de lado, e, numa demonstração de presença de espírito que espantou a mim mesmo, decidi transformar o que era uma coletiva em entrevista/evento exclusivo. Foi a salvação da lavoura, todos ficaram satisfeitos, enfim, deu pra evitar que o caldo entornasse. No fim acabou servindo para eu renovar a convicção de que sou bom no que faço, que os degraus que eu galguei nesse serviço são de fato experiências e mudanças de atitudes pelas quais eu passei que fizeram diferença.

Se alguém poderia ter feito diferente, talvez melhor? Possivelmente. Mas sei que realizei tudo o que estava dentro das minhas possibilidades, e me dediquei ainda além. Só não vê isso quem não quer. E tem sido cada vez mais fácil eu me lembrar disso.

7 de dezembro de 2010

Pânico metropolitano

Daí que só eu achei que ia dar tempo pra respirar esta semana, não é? Com a maioria dos clientes finalizando seus trabalhos para o ano, a única coisa que consegui até agora foi complicar a minha cota de sono. Isso porque, pra resolver meu problema de conexão com a Internet, precisei formatar a máquina. Acabei tendo o benefício indireto de reencontrar os documentos e músicas que achei ter perdido quando comprei o note no ano passado, mas e agora pra colocar tudo em algo que lembra uma ordem? Vai levar alguns dias...

Pra contribuir com o fator cansaço, nada melhor do que duas voltas para casa enfrentando problemas no Metrô. Sei que o pessoal tem reclamações válidas sobre o governo federal, e concordo com a maior parte delas, mas fico puto porque me parece que ninguém vê o que está acontecendo com o transporte nesta cidade. E alô, trens e metrô são responsabilidade do governo estadual, que está nas mãos do mesmo partido há 16 anos! Só a tão prometida Linha 4 está em construção desde 2005, quando eu ainda nem sonhava em sair do Butantã...! Enfim, acabei voltando de trem pra casa, apesar de amargar 2 horas e meia de viagem. Faz parte, acho. Mas que esgota a paciência de qualquer cristão, isso esgota.

E vamos retomar nossa programação normal, que acabaram as férias do meu chefe, e ele chegou hoje com a corda toda!

5 de dezembro de 2010

A forma das coisas por vir

Idos de dezembro já, e eu me pego fazendo uma limpeza não só em casa e no trabalho, como estendendo essa vibe renovadora para o guarda-roupas, para os documentos do note, para as atitudes até. É um desafio que eu percebi ter me proposto nas últimas semanas, e decidi aceitá-lo. Não, não é nada fácil, combater os vícios de comportamentos e os padrões - que estão aí há muitos e muitos anos, mas já falei várias vezes que a virtude da esperança sempre está lá no fundo, pronta para reavivar meu interesse com as coisas. Acho que todo mundo é um pouco mais ou menos assim, mas tem medo de se arriscar. Eu também, morro de medo, mas ainda assim acho que vale a pena.

Sinto que tenho andado em falta com este espaço, usando apenas para digitar coisas sem muito sentido e desabafar, e isso acaba sendo muito útil, mas perde a função original que eu tinha para o blog, de registrar de fato o que acontece na minha vida e poder revisitar. Fiquei tão noiado depois do facebookgate que evitei falar de coisas mais pessoais ou fazer registros mais concretos do dia a dia, mas procedendo com cautela, dá pra retomar esse tipo de texto. E nada melhor do que a segunda-feira para embarcar de novo nessa, esse dia que não é todo mundo que curte, mas para mim são sempre mini-Anos Novos, aquele dia em que se começa uma dieta nova, hábitos novos, novas experiências. Quem viver, verá!